10 de outubro de 2011


Restitui-me, Senhor!

Ouvi uma música cristã hoje de um CD que comprei.
Fala de restituição. Bonita melodia. Mas fiquei pensando: restituir o quê? O que posso pedir que me é de direito? O que posso ter perdido e que não era para ser?
Pensei bem - eu fui servo de mim mesmo, das minhas paixões, de uma consciência sujeita aos apetites meramente animais... e agora fui feito servo de Cristo. 
E, uma vez servo, escravo,... pergunto: um escravo tem direito? Então... restituir o quê?
Mas não parei ai.
Lendo as Escrituras, acabo por descobrir que Deus, por Ele mesmo e Sua graça nos leva sempre, de graça em graça ao crescimento. Com a ajuda de cada membro, de cada junta e ligadura, com o exercício dos dons e das experiências... cresço até que um dia, alcance a estatura do Varão Perfeito. 
Ora, nesse processo, perdemos coisas, vemos coisas abaláveis sendo abaladas e caírem ao chão. E a pergunta vem: O que vou pedir pra que Deus me restitua?
Será que o assombrado Jó, pediria em sã consciência, depois de, passar o que passou e, segundo ele próprio ver com os olhos, Aquele de quem só ouvira falar? Acho que nem os bens e possessões que perdera - com a permissão de Deus e para um propósito que é sempre bom, perfeito e agradável - fariam-no desejar voltar a um patamar abaixo, a uma condição anterior à tal revelação. 
Se Deus nos faz andar em novidade de vida, a experimentar o novo - o novo que não vem de fora, mas de dentro, uma nova visão Dele, da Sua graça, da vida, das circunstâncias, do que é eterno, uma nova mente, uma nova consciência formada segundo o Evangelho, pergunto: Restituir-nos o quê?
Ora, de capa a capa, do Antigo ao Novo Testamento, lemos o apelo "Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas, porque estou fazendo coisa nova", ou coisas do tipo: "Quem lança mão do arado e olha pra trás não é digno de Mim", ou como Paulo afirmava: "Uma coisa faço - esquecendo-me das coisas que para trás ficam prossigo pra frente", o que pode ser esse pedido "Restitui-me"?
Francamente, tudo o que mais tenho pedido é que Deus me faça acontecer o novo e não reviver o que é velho. Custe o que custar, doa o que doer, quero o novo de Deus.
E, se é pra pedir restituição, pergunto: "Será que podem restituir-me o dinheiro que gastei no CD?" 

UBERLÂNDIA - MG, BRAZIL - http://www.rubinhopirola.com


14 de setembro de 2011


Por mais difícil que seja, não desista...


Por mais difícil que seja, lembre-se que...
Há sempre um José cheio de integridade, ainda que a maioria não pense duas vezes antes de vender o irmão aos ismaelitas.
Há sempre um Daniel com vida de oração, mesmo em ambientes milimetricamente marcados pela estratégia dos invejosos.
Há sempre um Moisés que, ouvindo a Deus, prefere deixar as mordomias próprias de príncipe para viver num deserto escaldante - mas debaixo da direção do Senhor.
Há sempre um Davi cheio de bondade e coragem, para cada Saul que se levanta consumido de despeito e ódio.
Há sempre uma palavra de esperança: “Nem eu tampouco te condeno, vai e não peques mais”, pra cada multidão pronta para apedrejar.
Há sempre um lugar à sombra do Altíssimo (Salmo 91:1) para todo aquele que, servindo a Jesus, foi expulso de seu próprio espaço.
Por isso, não desista; vá em frente, continue servindo ao Senhor. Ele mesmo providenciará que José esteja ao seu lado. O Todo Poderoso levantará não um, mas vários amigos como Daniel, pra sustentar você em oração. Ele colocará ao seu lado um Davi, cuja vida será sempre marcada pelo equilíbrio entre a bondade e a coragem.
Sim, Ele faz isso.
Ainda hoje.
Por: Samuel Costa

7 de setembro de 2011

Justiça. A sua ou a de Cristo? 
Reconsiderando Valores



Você costuma se avaliar? Que nota você tem se dado em sua própria avaliação? O que você diria se alguém lhe perguntasse: você é bom? Qual sua avaliação a tudo que você tem feito, tem sido e tem conquistado? Do que você se arrepende? Quais coisas você teria coragem de abrir mão? Veja como Paulo responde a estas e outras questões.

“ Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais:  circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu,  quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.  Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.  Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:4-8 RA)

A resposta de Paulo é forte e à primeira vista, radical, todavia coerente com a postura adotada por ele como prática de vida.
As cartas de Paulo têm como alvo responder determinadas questões que envolvem a igreja. Como a igreja era composta, na sua maioria de judeus convertidos, havia aqueles que se levantavam e não só adotavam como exigiam a circuncisão dos gentios. A circuncisão era um rito carnal que diferenciava o judeu do gentio. Entenderam? Era uma ação e um estado que fazia com que o judeu se gloriasse por fazer parte de um grupo separado para Deus.
É contra esse sentimento e posicionamento que Paulo se colocou e avaliou que suas ações em nada os tornavam especiais, visto serem obras da carne.
Pensando assim o texto nos envolve na seqüência de pensamentos do autor e descobrimos que se o que aquelas pessoas estavam fazendo não era de proveito na relação de aceitação com o Pai, então de fato precisamos reconsiderar algumas coisas.
Olhe pra o texto e veja que realmente precisamos reconsiderar algumas coisas:

 Minha justiça não é exatamente como eu penso
“...Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu,  quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.” (Filipenses 3:4 RA)

O que Paulo está dizendo é: se fosse por obras eu as teria em sobra para comprovar o meu status na carne. Acontece que não é exatamente como pensamos. Nada que fazemos nada que somos que defendemos que pensamos ou que nos baseamos pode nos beneficiar nem tornar-nos aceitos por Deus.

Minha justiça não me dá acesso a Deus
“ porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne.” (Filipenses 3:3 RA)

De acordo com o texto não são os que fazem boas obras, vivem de acordo com um padrão supostamente correto ou defendem determinado ponto de vista que são de fato aqueles que têm relacionamento com Deus. Porque que a nossa justiça não acessa a Deus? Sabe por quê? Porque em nossa justiça, na justiça da carne não conseguimos adorar a Deus da forma como ele deve ser adorado. Só o Espírito pode nos conduzir nesse processo de adoração. Vejam que Paulo diz; nós que adoramos a Deus no Espírito, ou por intermédio do Espírito, sob a direção do Espírito, sob o mover e a atuação do Espírito Santo. “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,” (Tito 3:5 RA)

Minha justiça é totalmente dispensável
“mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.” 
(Filipenses 3:7 RA)

Como assim? Quer dizer então que tudo o que eu conquistei tudo que eu fiz, tudo o que esforçadamente tenho tentado ser de nada serve para Deus? Exatamente. Segundo a Palavra de Deus a nossa justiça é como trapos de imundície. “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento nos arrebatam (Isaías 64:6).
Veja o que diz outros textos.
“E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras:” (Romanos 4:6 RA)

“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do espírito santo,” (Tito 3:5 RA)

Se for assim, então devemos passar a considerar algumas coisas:

A justiça de Cristo supera qualquer ganho
“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:8 RA)

Sem sombra de dúvidas a justiça de Cristo é muito superior. É incomparável. Conhecê-lo e dele receber como imputação sua justiça é a sublimidade do conhecimento. É o supra-sumo do saber. É a verdadeira sabedoria. Por ele vale à pena abrir mão de tudo que consideramos como bom e querido em nós. Por Cristo vale à pena considerar o meu bom comportamento, o meu desapego a vícios, o meu respeito pelos outros e até a minha suposta honestidade, ética e verdade como refugo.

A justiça de Cristo é a justiça de Deus
“E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;” (Filipenses 3:9 RA)

Se a justiça de Cristo é a justiça de Deus (e ela é) então ela por si só basta. Nada me faltará no processo de ser aceito por Deus. Pois, em mim estará a própria justiça de Deus. Exatamente o que ele exige para me aceitar. A justiça de Cristo não depende da minha justiça. O sacrifício de Cristo é suficiente para tornar-me justo diante de Deus.

A justiça de Cristo me faz parecido com ele
 “Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;” (Filipenses 3:10 RA)

A sublimidade do conhecimento de Cristo está em conhecer o poder da sua ressurreição, Como e por que a morte não foi capaz de retê-lo? “É muito mais que conhecimento através da informação; ser avisado através da leitura ou através de alguém. É mais um conhecimento que vem pela observação, pelo estudo, pela pesquisa, ou conversa. Um conhecimento interior. A idéia é a de um “conhecimento total”. E é esse o sentido que Paulo está usando aqui: “para que eu possa ter ou ganhar mais do conhecimento dele”; é uma experiência pessoal, através de uma relação pessoal, de vida, de um relacionamento em primeira mão com ele. isto remove qualquer coisa do terreno da mera teoria, do intelecto, do ouvir dizer. é o resultado e o efeito da ação do Espírito Santo que está dentro de nós.” T. austin-sparks

Também está em participar dos seus sofrimentos. Eu me pareço com Jesus à medida que participo também dos seus sofrimentos. Quando sou perseguido, injuriado, caluniado, odiado, rejeitado, perseguido etc.. “há sofrimentos de Cristo nos quais temos que experimentar junto com ele. nós também, por causa dele, podemos ser desprezados e rejeitados pelos homens. podemos ser desacreditados, banidos, perseguidos, ridicularizados, torturados, e até mesmo mortos. Paulo fala do resto das aflições de cristo que ele estava procurando completar, “por causa do seu corpo, que é a igreja”. esta é outra área, que é diferente. Paulo olhou para isto como sendo uma honra e algo do qual devia se regozijar, porque era por causa daquele a quem ele amava tão profundamente. Mas ele também viu que este sofrimento “com” e “por causa” de Cristo colocava a base para se conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição” 
T. austin-sparks

E por fim eu me pareço com ele quando assim como ele morro para o mundo, para as coisas da carne. Aquela morte significou o fim do “velho homem”, uma crucificação dos desejos e da mente mundana; um fechar de porta para todo o sistema que não está centrado em Cristo, e que não é governado por ele. T. austin-sparks

Entendendo que minha justiça não é exatamente como penso, que ela não me dá acesso a Deus e que é totalmente dispensável, tenho então subsídio suficiente para entender que dependo de outro que possa ter todas as qualificações que não tenho para acessar a Deus. Isto posto, preciso rever meus conceitos, considerando tudo que tenho e sou como nada diante das exigências do Pai. Preciso também considerar que a justiça de Cristo supera qualquer lucro, que ela é a própria justiça de Deus e ainda, ela me torna parecido com Cristo, motivo pelo qual por meio da fé nele, sou aceitável diante de Deus.

PARA REFLETIR E PRATICAR
Três perguntas:
Você tem confiado em suas obras?
Você tem tentado acessar a Deus por meio delas?
Você as considera indispensáveis e por isso não abre mão delas?

Três conselhos:
Fique com a justiça de Cristo, ela com certeza é muito melhor.
Receba-a entendendo que só a justiça de Cristo cumpre as exigências de Deus
Permita que o Espírito Santo de Deus te faça parecido com Cristo te conformando a ele em seus sofrimentos e em sua morte.


Abimael Roma

27 de julho de 2011

Quando o ver não é suficiente para se crer
              
João12.37-43



O texto de João fala de pessoas que embora tenham visto muitos milagres de Jesus não creram nEle. Jesus fez o que tanto as pessoas daquele tempo, quanto às de hoje pedem: sinais, milagres, coisas sobrenaturais.

Vejam o que as mesmas pessoas disseram antes a Jesus: “Que sinais fazes para que o vejamos e creiamos em ti?” Jo. 6.30
Percebamos que o crer, no texto, está sempre acompanhado do ver. Há algo nas entrelinhas do texto sendo revelado. Recapitulando então, as pessoas pediam sinais, Jesus fazia muitos sinais e apesar disso, não era crido.
O que o texto pode estar querendo dizer já que o sinal era e é a exigência que muitas pessoas esperam para crer?
Pensem comigo, quantas vezes fizemos algo efetivamente e bem feito, enquanto nossos corações se mantinham fechados pra esse algo? Muito pouco, sabem por quê? Porque é preciso que tenhamos convicção de que aquilo que estamos fazendo é o certo. Ou seja, é preciso que estejamos convencidos de que estamos no rumo certo. Sem essa aprovação interior não há motivação, não há ânimo e o projeto ou a ação pode ir por água a baixo.

Questionado por quê muitas pessoas estariam seguindo a Jesus, João, o Batista, respondeu o seguinte: “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dado” Jo 3.27.
Jesus acrescenta a isso o seguinte: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer, e eu o ressuscitarei no último dia” Jo 6.45. Ou seja; 1) É preciso uma ação de Deus - Veja o que diz o texto lido, “Para que se cumpra a palavra do Profeta Isaías que diz; Senhor quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Se do céu não nos for revelado não iremos crer, não iremos perceber e aí por mais que aconteçam os sinais, não teremos condições de crer por isso não nos converteremos e nem seremos curados.

Se o Pai não trouxer, ninguém virá, ninguém crerá. Essa é uma ação exclusiva de Deus. Primeiro Deus atua no coração do homem. É a isso que chamamos de regeneração, de novo nascimento.
a) Deus age abrindo os olhos espirituais
O homem natural não pode compreender as coisas de Deus, pois elas são discernidas espiritualmente 
b) Deus age mudando o coração do homem
Se o coração não for mudado não há compreensão de fato do que foi feito pelo Senhor na vida do homem.
2) É preciso uma demonstração de Deus

...Isto disse Isaías por que viu a glória dele e falou a seu repeito.

A glória de quem? A glória do Filho, a glória de Cristo. E o que significa isso?  Significa dizer que Isaías viu quem de fato Jesus Cristo era; nada mais e nada menos que o próprio Deus. Quando o homem não vê a grandeza de Cristo, não compreende seu poder, é por que não houve conversão de fato. E se não houve conversão de fato;
O homem não confessa a Jesus

"Contudo muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga".

Se não houver um entendimento de quem Cristo é e de quem somos nEle, não teremos coragem, ousadia, intrepidez par confessá-lo diante dos homens. Jesus disse assim; Aquele que se envergonhar de me confessar diante dos homens eu me envergonharei de confessá-lo diante do meu Pai.

b)  O homem ama mais a glória dos homens do que a glória de Deus
...porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus
Ora, se alguém não está convencido de quem é Jesus, se ele não está convencido de que Jesus não só mereçe como deve ser honrado, esse homem com certeza vai preferir a glória dos homens, as glórias terrenas. Porque você acha que é tão fácil tantas pessoas, principalmente os representantes do povo se corromperem com o poder.
A resposta a isso é simplesmente; amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.




6 de julho de 2011

Opinião - Avaliando o perfil pelas ações



Pareceu bem a Lucas o evangelista, "depois de acurada investigação de tudo, desde sua origem dar-nos por escrito uma exposição ordenada dos fatos que aconteceram". Lc 1.1-4


O correto e fazer como Lucas, depois de uma investigação refinada das ações, avaliarmos para concluir. Deve ser assim, mas nem sempre é assim que acontece. Por isso, avaliamos mal, precipitadamente e superficialmente, emitindo juízo sem conhecimento de causa.


Qual tem sido sua opinião acerca de Jesus? Você o conhece suficiente para concluir acerca dEle e formalizar uma opinião que revele de fato um pouco pelo menos daquilo que Ele é de verdade? Quais ações de Cristo afetaram direta ou indiretamente sua vida? E se isso aconteceu, quais áreas da sua vida Ele controla? Você pode dizer que Ele é teu Senhor?


Submeta-se a Cristo e você poderá:

  • Admirá-lo e aproximar-se mais dEle
  • Conhecê-lo mais e melhor
  • Temê-lo e serví-lo com alegria


Participe conosco dos nossos Encontros da Graça
Um tempo de Comunhão e Crescimento Cristão


Aos domingos às 19:00h
Auditório do Colégio Santa Terezinha
QNJ 17 - Taguatinga Norte


Esperamos por você

15 de maio de 2011

Dois surdos: Os religiosos e o movimento Gay




Dois surdos: Os religiosos e o movimento Gay

William Douglas
Juiz federal, RJ

A decisão do STF, de ser comemorada e criticada, é apenas mais um round na luta irracional que se desenvolve entre religiosos e o movimento gay. O STF acertou na decisão, mas errou em sua abordagem. Ao invés de interpretar a Constituição, ousou reescrevê-la sem legitimidade para tanto. Mas, que razões levaram a Corte Suprema a isso? A imperdoável incapacidade dos contendores de agir de forma tolerante, democrática e respeitosa. A terrível intenção, de ambos os lados, de forçar o outro a seguir seus postulados, em atentado contra a liberdade de escolha, opinião e crença.


Quem ler os relatos contidos em anais da constituinte verá que incluir o casamento gay na Constituição foi assunto derrotado nas votações. O STF mudar esse conceito e ignorar a decisão do constituinte originário é ativismo judicial da pior espécie, mas o STF tem suas razões: os religiosos, ao invés de negociar uma solução, se negam a mexer na Constituição.


O erro da intolerância, o movimento gay também comete ao tentar impor um novo conceito de casamento ao invés da aceitação da união civil estável homoafetiva, e mais ainda, ao defender um projeto de lei contra homofobia que desrespeita a liberdade de opinião e religiosa (PLC 122). Isso para não falar do "kit gay", uma apologia ofensiva e inaceitável para grande parcela da população. Não há santos aqui, só pecadores. Em ambos os lados.


Erram os religiosos ao querer impedir a união civil homossexual, calcando-se em suas crenças, as quais, evidentemente, não podem ser impostas à força. Mas erra também o movimento gay em querer enfiar goela abaixo da sociedade seus postulados particulares. Vivemos uma era de homofobia e teofobia, uma época de grupos discutindo não a liberdade, mas quem terá o privilégio de exercer a tirania.


Negar o direito dos gays é tirania dos religiosos. De modo idêntico, impor sua opinião aos religiosos, ou calá-los, ou segregá-los nas igrejas como se fossem guetos é tirania do movimento gay. Nesse diálogo de surdos, o STF foi forçado a decidir em face da incompetência do Congresso, dos religiosos e do movimento gay, pela incapacidade de se respeitar o direito alheio.


Anotemos os fatos. O STF existe para interpretar a Constituição, não para reescrevê-la. Onze pessoas, mesmo as mais sábias, não têm legitimidade para decidir em lugar dos representantes de 195 milhões de brasileiros. Os conceitos "redefinidos" pelo STF são uma violência contra a maioria da população. Nesse passo, basta ler o artigo Ulisses e o canto das sereias: sobre ativismos judiciais e os perigos da instauração de um terceiro turno da constituinte, de Lênio Luiz Streck, Vicente de Paulo Barreto e Rafael Tomaz de Oliveira, disponível em meu blog. O resumo: apenas Emenda à Constituição pode mudar esse tipo de entendimento. O problema: a maioria se recusa a discutir uma solução contemporizadora que respeite e englobe a todos.


O Supremo agiu bem em alertar sobre a incapacidade das partes de resolverem seus problemas no Congresso, mas errou em, ao invés de se limitar a assegurar direitos de casais discriminados, invadir o texto da Constituição para mudá-lo manu militari.


O STF não se limitou a garantir a extensão de direitos, mas quis reescrever a Constituição e modificar conceitos, invadindo atribuições do Poder Legislativo. Conceder aos casais homossexuais direitos análogos aos decorrentes da união estável é uma coisa, mas outra coisa é mudar conceito de termos consolidados, bem como inserir palavras na Constituição, o que pode parecer um detalhe aos olhos destreinados, mas é extremamente grave e sério em face do respeito à nossa Carta Magna. “Casamento” e “união civil” não são mera questão de semântica, mas de princípios, Nem por boas razões o STF pode ignorar os princípios da maioria da população e inovar sem respaldo constitucional.


Enfrentar discriminações é louvável, mas agir com virulência contra os conceitos tradicionais, e, portanto, contra o Congresso e a maioria da população, diminui a segurança jurídica diante da legislação. A tradição existe por algum motivo e não deve ser mudada pelo voto de um pequeno grupo, mas pela consulta ao grande público ou através de seus representantes, eleitos para isso.


O art. 1.726 do Código Civil diz que uma união estável pode ser convertida em casamento mediante requerimento ao juiz. Ora, pelo que o STF decidiu, foi imposto, judicialmente, o casamento gay. Até os ativistas gays, os moderados, claro, consignam o cuidado de não se chamar de casamento a união civil. Os ativistas não moderados, por sua vez, queriam exatamente isso: enfiar goela abaixo da maioria uma redefinição do conceito de casamento. Não se pode, nem se deve, impedir que um casal homossexual viva junto e tenha os direitos que um casal heterossexual tem, mas também não se pode impor um novo conceito que a maioria recusa.


Abriu-se, em uma decisão com intenção meritória, o precedente de o STF poder substituir totalmente o Congresso. Salvo expressa determinação da Constituição para que o faça, quando o Congresso não legisla sobre um tema, isso significa que ele não quer fazê-lo, pois se quisesse o teria feito. Há um período de negociação, existem trâmites, existem protocolos. O STF não pode simplesmente legislar em seu lugar, tomar as rédeas do processo legislativo. Mas, que o Congresso e as maiorias façam sua mea culpa em não levar adiante a solução para esse assunto.
O STF deve proteger as minorias, mas não tem legitimidade para ir além da Constituição e profanar a vontade da maioria conforme cristalizada na Constituição. O que houve está muito perto de criar, pelas mãos do STF, uma ditadura das minorias, ou uma ditadura de juízes. O STF é o último intérprete da Constituição, e não o último a maculá-la. Ou talvez o primeiro, se não abdicar de ignorar que algumas coisas só os representantes eleitos podem fazer.


Precisamos caminhar contra a homofobia e o preconceito. E também precisamos lembrar que cresce em nosso meio uma nova modalidade de preconceito e discriminação: a teofobia, a crençafobia e a fobia contra a opinião diferente – o que já vimos historicamente que não leva a bons resultados.
O PLC 122, em sua mais nova emenda, quer deixar ao movimento gay o direito de usar a mídia para defender seus postulados, mas nega igual direito aos religiosos. Ou seja, hoje, já se defende abertamente o desrespeito ao direito de opinião, de expressão e de liberdade religiosa. Isso é uma ditadura da minoria! Isso é, simplesmente, inverter a mão do preconceito, é querer criar guetos para os religiosos católicos, protestantes, judeus e muçulmanos (e quase todas as outras religiões que ocupam o planeta) que consideram a homossexualidade um pecado. Sendo ou não pecado, as pessoas têm o direito de seguir suas religiões e expressar suas opiniões a respeito de suas crenças.


E se o STF entender que o direito de opinião e expressão não é bem assim? Isso já é preocupante, porque o precedente acaba de ser aberto. E se o STF quiser, assim como adentrou em atribuições do Congresso, adentrar naquilo que cada religião deve ou não professar? 


O fato é que as melhores decisões podem carregar consigo o vírus das maiores truculências. Boa em reconhecer a necessidade de retirar do limbo os casais homossexuais, a decisão errou na medida. Quanto ao mérito da questão, os religiosos e ativistas moderados deveriam retomar o comando a fim de que a sociedade brasileira possa conviver em harmonia dentro de nossa diversidade.



William Douglas é juiz federal , mestre em Direito,
especialista em políticas públicas e governo. www.williamdouglas.com.br

Eu conheço o autor e respeito muito a sua opinião.
 Muito bom ouvir a opinião de alguem que sabe o que diz e vive o que fala.


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/05/dois-surdos-os-religiosos-e-o-movimento.

29 de abril de 2011

Entrevista do Pastor Ricardo Gondim

Gerson Freitas Jr
27 de abril de 2011 às 8:48h
“Deus nos livre de um Brasil evangélico.” Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais. Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir.
CartaCapital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?
Ricardo Gondim: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento do número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos se dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.
CC: Como o senhor define esse perfil?
RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos moldes do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.
CC: O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?
RG: Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da Igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, é o de facilitar a expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.
“Deus nos livre de um Brasil evangélico”, diz o religioso Ricardo Gondim, crítico dos movimentos neopentecostais. Por Gerson Freitas Jr. Foto: Olga Vlahou
CC: O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?
RG: O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way oflife de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui lêem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos, de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é a de que Deus abre portas de emprego para os fiéis. Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?
CC: O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.
RG: Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.
CC: Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?
RG: Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.
CC: O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?
RG: Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.
CC: O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?
RG: Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem, então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.
CC: Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.
RG: Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.
Gerson Freitas Jr.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/o-pastor-herege

22 de abril de 2011

UM NOVO CORAÇÃO

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Ezequiel 36.26

Você notará. Deus não tem prometido aperfeiçoar nossa natureza ou remendar nossos corações partidos. Não, sua promessa consiste em nos dar um novo coração e um espírito de retidão. A natureza humana está muito longe de ser apenas melhorada. Não é como uma casa que precisa de pequenos reparos, tais como substituir uma telha ou fazer um reboco no teto. Não, ela está completamente corrompida. Até seu alicerce está arruinado. Do teto ao alicerce, não há uma viga sequer que não tenha sido comida pelos cupins. Não existe mais solidez, está toda apodrecida e pronta para desabar. Deus não faz tentativas ou experimentos com o homem; Ele não escora as paredes com estacas ou pinta novamente as portas; não ornamenta e embeleza, mas determina que a velha casa seja completamente derrubada, e uma nova seja construída em seu lugar. Como já mencionei isto é mais do que ser restaurada ou melhorada. Se apenas algumas peças estivessem em mau estado, poderiam ser consertadas. Se tão-somente uma ou duas engrenagens desta grande máquina chamada humanidade estivessem quebradas, o Criador colocaria tudo em ordem. Trocaria as peças quebradas, substituiria a roda danificada, e a máquina voltaria a trabalhar. Pelo contrário, os reparos são necessários por toda parte; não há sequer uma alavanca que não esteja quebrada ou eixo sem estragos; nenhuma das engrenagens funciona corretamente. A cabeça toda está doente e o coração completamente debilitado. Da sola dos pés à cabeça, a raça humana está toda infestada de chagas e feridas pútridas. Por isso, o Senhor, não pensa em apenas um simples reparo. Ele diz: Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne..

Charles Haddon Spurgeon, .The New Heart.
New Park Street Pulpit, Vol.4, 378.
Fé para hoje 09 - Pág. 12 of 32

5 de abril de 2011

Chega de "irmãos" - Eu quero amigos!

Chega de “irmãos” – Eu quero amigos!

Chega de 'irmãos' – Eu quero amigos!A amizade é um tema pouco tratado no meio cristão. Pare e pense em quantos livros você já leu sobre amizade cristã. São raros. Estamos tão acostumados em chamar os outros de “irmãos” que esquecemos que também precisamos de amigos.
No começo até imaginamos que, se temos irmãos, logo, temos amigos. Todavia, no primeiro pântano da amargura, percebemos que falta-nos amigos que chorem com a gente e estendam a mão para nos tirar de lá. Como pastor, tenho percebido cada dia mais a necessidade que as pessoas têm de encontrarem amigos. Estão cercadas de “irmãos”, mas dificilmente encontram neles algum amigo. Estranho, não é? Por quê isso?
Às vezes, penso ser por causa da superficialidade que ronda o ambiente cristão em geral. Muitos estão apegados à costumes e gírias cristãs (ex.: A Paz, irmão!… Na bênção?!… E aí, bênção?!), que, em essência, não significam absolutamente nada, que não, demonstrar que um ou outro é cristão. Me perdoem, mas eu detesto estas gírias e costumes. Se algum dia me virem as usando, estejam certos que eu surtei, enlouqueci, ensandeci.
Por exemplo, eu sei que alguém é meu irmão quando ele chega para mim e diz: “A paz, pastor!”… Opa, imagino que esse seja meu “irmão na fé”. Ou, quando estou comprando algo, e a moça do caixa me diz: “Deus abençoe o senhor”, daí penso: essa também é minha irmã em Cristo. Cenas assim acontecem sempre. Aparentemente, tenho uma grande família de “irmãos” e “irmãs”, que não sabem onde eu moro, como me chamo, minhas tristezas, minhas alegrias. Às vezes penso que o jargão “irmão” é igual ao “companheiro” do PT. Se chama todo mundo de “companheiro” sem se pensar no que se está dizendo.
Creio que Jesus, com seu exemplo, nos ensina muito sobre amizade e companheirismo. Jesus decidiu cercar-se de pessoas que o trairiam, negariam, e abandonariam. Ele sabia de tudo isso. Mesmo assim, ele decidiu.
Jesus não ficou esperando que as pessoas viessem procurá-lo para uma amizade. Ele não esperou que alguém o notasse, que alguém puxasse papo, que alguém se preocupasse com ele. Antes, ele decidiu ir e notar, puxar papo, se preocupar com pessoas de dentro e de fora de seu convívio. Se você quer  ter amigos, vá e faça-os! Outro erro, é entendermos que amizade significa ter alguém que se preocupe com você. Totalmente anti-bíblico! Amizade significa você decidir se preocupar com alguém. Quando isso acontece, começasse uma amizade.
O cristianismo e a amizade cristã têm mais a ver com você dar do que receber, fazer do que esperar que façam, amar do que esperar que lhe amem, se preocupar do que esperar que se preocupem. A amizade cristã está sempre voltada para o próximo! Jesus disse que ele:
Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos … Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos... tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (Mc 10.45 e Jo 15.13-15)
Tendo estas palavras em mente, sejamos como Ele! Não nos esqueçamos que amizade cristã tem a ver em servir alguém hoje, e não esperar que alguém nos sirva. Saia! Sirva! Preocupe-se! Ame! Solidarize-se! Siga os passos de seu Mestre. Faça isso. Só não fique parado esperando que alguém se lembre de você e faça algo por você. Isso, pela graça de Deus, poderá ocorrer. Só não se esqueça que, amizade, aos olhos de Deus, tem mais a ver com o que você está decidindo fazer por alguém hoje (um telefonema, um passeio, uma conversa sincera) do que com o fato de ninguém estar se lembrando de você.
Chega de vivermos apenas como “irmãos”. Sejamos amigos, e verdadeiramente irmãos, de carne (pois comemos do mesmo “pão” que desceu do céu) e de sangue (pois estamos lavados e perdoados pelo, agora, nosso grande Amigo!).

4 de abril de 2011

O Cânon Está Terminado

O cânon está terminado | Blog dos Eleitos

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April 4, 2011

Por John MacArthur Jr.
De fato, não existe revelação mais particular ou recente do que a Bíblia. Deus não precisa conceder-nos revelações particulares, a fim de ajudar-nos a andar com Ele. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3.16-17). A Bíblia é suficiente. Ela contém tudo que necessitamos para as boas obras.
Os cristãos de ambos lados da questão carismática precisam entender uma verdade vital: a revelação divina está completa. O cânon da Bíblia está terminado. Ao escrever as palavras finais do último livro do Novo Testamento, o apóstolo João registrou o seguinte aviso: “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Ap 22.18,19). Em seguida, o Espírito Santo acrescentou uma doxologia e encerrou o cânon.
Após o término do cânon do Antigo Testamento, nos dias de Esdras e Neemias, seguiram-se quatrocentos “anos de silêncio”, nos quais nenhum profeta proclamou revelação divina em nenhuma forma.
Esse silêncio foi rompido por João Batista, por meio de quem Deus se pronunciou novamente, antes da era do Novo Testamento. Então, Deus moveu diversos homens para escreverem os livros do Novo Testamento; e o último desses livros foi o Apocalipse. Por volta do século II d.C., o cânon completo era reconhecido pelas pessoas, exatamente como o temos hoje. Os concílios eclesiásticos do século IV confirmaram e oficializaram a afirmação universal da igreja: os 66 livros de nossa Bíblia são a única Escritura inspirada por Deus. O cânon está completo.
Assim como o cânon do Antigo Testamento foi seguido por silêncio, assim também o término do Novo Testamento foi seguido por ausência absoluta de novas revelações, sob qualquer forma. Desde a finalização do livro do Apocalipse, nenhuma profecia verbal ou escrita foi reconhecida universalmente pelos cristãos como verdade proveniente de Deus.

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Fonte:O Caos Carismáticos
, John MacArthur Jr., Editora Fiel, págs. 74-75.
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A Repetição Traz Segurança

“Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas”. (Fp 3,1 RA)

Nunca é demais repetir, ainda mais quando temos ouvintes que são deliberadamente negligentes. Paulo é taxativo: “Não tenho problemas em falar de novo o que já vos tenho falado.
Talvez o exemplo de Paulo desperte em nós o desejo verdadeiro de falar aos irmãos aquilo que eles precisam e não o que alguns preferem ouvir. Note que essa atitude não interfere no relacionamento do autor com seus ouvintes: “Não me desgosta”. Não é preciso quebrar relacionamentos, descriminar, rejeitar ou menosprezar o que precisou ser aconselhado. O que fala não pode tomar como pessoal a atitude dos que insistem em manter “ouvidos de mercador”. Só ouvirá “aquele que tem ouvidos”. Só o que tem ouvidos prestará atenção para receber e guardar o que foi falado.
O autor afirma também que a repetição traz segurança. Isso porque ouvir a mesma coisa do mesmo jeito implica que há um consenso acerca do que está sendo dito. E, se não há mudança ou variação no preceito ordenado, cumpri-lo é sempre a melhor escolha. Portanto repetir a palavra de Deus que é imutável ou ouvi-la novamente, com certeza traz segurança tanto ao que fala, quanto ao que ouve. A Deus toda glória.
Abimael Roma

31 de março de 2011

Vivendo o Chamado Juntos

"Rogo-vos, irmãos, pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer" (1Co 1.10 RA)
A unidade é necessidade básica e contínua da igreja. Mesmo antes de a instituir Jesus já orava por essa unidade (Jo 17.11,21,22). A verdade é que não há como pensar em igreja sem unidade. Por mais que sejamos diferentes não dá pra sermos desunidos, divididos. Estes, são adjetivos inapropriados à igreja corpo vivo de Cristo. Também não é porque precisamos ser unidos que aceitaremos todo tipo de diferença, até por que, a unidade requer objetividade. Estamos unidos em Cristo e nosso objetivo é torná-lo conhecido por meio da proclamação do evangelho.  Isso quer dizer que naquilo que representa o nosso propósito, nosso objetivo maior, diferenças são inaceitáveis. 
Paulo escrevendo aos coríntios, demonstra a seriedade da divisão na igreja ao pedir solicitamente aos crentes  em nome Senhor que tratassem seriamente com essa prática. Era preciso falar a mesma coisa e no lugar da divisão, uma disposição para ordenar suas mentes de tal maneira que eles estariam dispostos a pensar como o outro, chegar à mesma conclusão do outro. Assim a igreja estaria literalmente tão bem colada, unida totalmente de forma a não parecer que em algum tempo tenha havido qualquer rachadura. 
Com essa postura queremos estar juntos no chamado de Cristo, para que o nome de Jesus seja glorificado e a igreja unida e fortalecida siga vitoriosa. Soli Deo Gloria
Abimael Roma