7 de setembro de 2011

Justiça. A sua ou a de Cristo? 
Reconsiderando Valores



Você costuma se avaliar? Que nota você tem se dado em sua própria avaliação? O que você diria se alguém lhe perguntasse: você é bom? Qual sua avaliação a tudo que você tem feito, tem sido e tem conquistado? Do que você se arrepende? Quais coisas você teria coragem de abrir mão? Veja como Paulo responde a estas e outras questões.

“ Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais:  circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu,  quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.  Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.  Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:4-8 RA)

A resposta de Paulo é forte e à primeira vista, radical, todavia coerente com a postura adotada por ele como prática de vida.
As cartas de Paulo têm como alvo responder determinadas questões que envolvem a igreja. Como a igreja era composta, na sua maioria de judeus convertidos, havia aqueles que se levantavam e não só adotavam como exigiam a circuncisão dos gentios. A circuncisão era um rito carnal que diferenciava o judeu do gentio. Entenderam? Era uma ação e um estado que fazia com que o judeu se gloriasse por fazer parte de um grupo separado para Deus.
É contra esse sentimento e posicionamento que Paulo se colocou e avaliou que suas ações em nada os tornavam especiais, visto serem obras da carne.
Pensando assim o texto nos envolve na seqüência de pensamentos do autor e descobrimos que se o que aquelas pessoas estavam fazendo não era de proveito na relação de aceitação com o Pai, então de fato precisamos reconsiderar algumas coisas.
Olhe pra o texto e veja que realmente precisamos reconsiderar algumas coisas:

 Minha justiça não é exatamente como eu penso
“...Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu,  quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.” (Filipenses 3:4 RA)

O que Paulo está dizendo é: se fosse por obras eu as teria em sobra para comprovar o meu status na carne. Acontece que não é exatamente como pensamos. Nada que fazemos nada que somos que defendemos que pensamos ou que nos baseamos pode nos beneficiar nem tornar-nos aceitos por Deus.

Minha justiça não me dá acesso a Deus
“ porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne.” (Filipenses 3:3 RA)

De acordo com o texto não são os que fazem boas obras, vivem de acordo com um padrão supostamente correto ou defendem determinado ponto de vista que são de fato aqueles que têm relacionamento com Deus. Porque que a nossa justiça não acessa a Deus? Sabe por quê? Porque em nossa justiça, na justiça da carne não conseguimos adorar a Deus da forma como ele deve ser adorado. Só o Espírito pode nos conduzir nesse processo de adoração. Vejam que Paulo diz; nós que adoramos a Deus no Espírito, ou por intermédio do Espírito, sob a direção do Espírito, sob o mover e a atuação do Espírito Santo. “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,” (Tito 3:5 RA)

Minha justiça é totalmente dispensável
“mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.” 
(Filipenses 3:7 RA)

Como assim? Quer dizer então que tudo o que eu conquistei tudo que eu fiz, tudo o que esforçadamente tenho tentado ser de nada serve para Deus? Exatamente. Segundo a Palavra de Deus a nossa justiça é como trapos de imundície. “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento nos arrebatam (Isaías 64:6).
Veja o que diz outros textos.
“E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras:” (Romanos 4:6 RA)

“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do espírito santo,” (Tito 3:5 RA)

Se for assim, então devemos passar a considerar algumas coisas:

A justiça de Cristo supera qualquer ganho
“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:8 RA)

Sem sombra de dúvidas a justiça de Cristo é muito superior. É incomparável. Conhecê-lo e dele receber como imputação sua justiça é a sublimidade do conhecimento. É o supra-sumo do saber. É a verdadeira sabedoria. Por ele vale à pena abrir mão de tudo que consideramos como bom e querido em nós. Por Cristo vale à pena considerar o meu bom comportamento, o meu desapego a vícios, o meu respeito pelos outros e até a minha suposta honestidade, ética e verdade como refugo.

A justiça de Cristo é a justiça de Deus
“E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;” (Filipenses 3:9 RA)

Se a justiça de Cristo é a justiça de Deus (e ela é) então ela por si só basta. Nada me faltará no processo de ser aceito por Deus. Pois, em mim estará a própria justiça de Deus. Exatamente o que ele exige para me aceitar. A justiça de Cristo não depende da minha justiça. O sacrifício de Cristo é suficiente para tornar-me justo diante de Deus.

A justiça de Cristo me faz parecido com ele
 “Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;” (Filipenses 3:10 RA)

A sublimidade do conhecimento de Cristo está em conhecer o poder da sua ressurreição, Como e por que a morte não foi capaz de retê-lo? “É muito mais que conhecimento através da informação; ser avisado através da leitura ou através de alguém. É mais um conhecimento que vem pela observação, pelo estudo, pela pesquisa, ou conversa. Um conhecimento interior. A idéia é a de um “conhecimento total”. E é esse o sentido que Paulo está usando aqui: “para que eu possa ter ou ganhar mais do conhecimento dele”; é uma experiência pessoal, através de uma relação pessoal, de vida, de um relacionamento em primeira mão com ele. isto remove qualquer coisa do terreno da mera teoria, do intelecto, do ouvir dizer. é o resultado e o efeito da ação do Espírito Santo que está dentro de nós.” T. austin-sparks

Também está em participar dos seus sofrimentos. Eu me pareço com Jesus à medida que participo também dos seus sofrimentos. Quando sou perseguido, injuriado, caluniado, odiado, rejeitado, perseguido etc.. “há sofrimentos de Cristo nos quais temos que experimentar junto com ele. nós também, por causa dele, podemos ser desprezados e rejeitados pelos homens. podemos ser desacreditados, banidos, perseguidos, ridicularizados, torturados, e até mesmo mortos. Paulo fala do resto das aflições de cristo que ele estava procurando completar, “por causa do seu corpo, que é a igreja”. esta é outra área, que é diferente. Paulo olhou para isto como sendo uma honra e algo do qual devia se regozijar, porque era por causa daquele a quem ele amava tão profundamente. Mas ele também viu que este sofrimento “com” e “por causa” de Cristo colocava a base para se conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição” 
T. austin-sparks

E por fim eu me pareço com ele quando assim como ele morro para o mundo, para as coisas da carne. Aquela morte significou o fim do “velho homem”, uma crucificação dos desejos e da mente mundana; um fechar de porta para todo o sistema que não está centrado em Cristo, e que não é governado por ele. T. austin-sparks

Entendendo que minha justiça não é exatamente como penso, que ela não me dá acesso a Deus e que é totalmente dispensável, tenho então subsídio suficiente para entender que dependo de outro que possa ter todas as qualificações que não tenho para acessar a Deus. Isto posto, preciso rever meus conceitos, considerando tudo que tenho e sou como nada diante das exigências do Pai. Preciso também considerar que a justiça de Cristo supera qualquer lucro, que ela é a própria justiça de Deus e ainda, ela me torna parecido com Cristo, motivo pelo qual por meio da fé nele, sou aceitável diante de Deus.

PARA REFLETIR E PRATICAR
Três perguntas:
Você tem confiado em suas obras?
Você tem tentado acessar a Deus por meio delas?
Você as considera indispensáveis e por isso não abre mão delas?

Três conselhos:
Fique com a justiça de Cristo, ela com certeza é muito melhor.
Receba-a entendendo que só a justiça de Cristo cumpre as exigências de Deus
Permita que o Espírito Santo de Deus te faça parecido com Cristo te conformando a ele em seus sofrimentos e em sua morte.


Abimael Roma

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